Ao contrário do que muitos pensam, coelhos não são roedores.
Pertencentes à ordem Lagomorpha (a mesma da lebre), eles possuem algumas diferenças anatômicas em relação aos mamíferos da ordem Rodentia (Roedores).
A principal delas consiste na presença de dois pares de dentes incisivos superiores, enquanto os roedores possuem apenas um.
Além dos incisivos que são facilmente visualizados, os coelhos possuem dentes molares que são vistos apenas com uma inspeção bem detalhada da cavidade oral.
O crescimento contínuo dos dentes ocorre devido às raízes abertas, justificando assim a necessidade do constante ato de roer para o desgaste e manutenção do tamanho normal.
Administrar uma ração de boa qualidade é essencial para garantir a nutrição balanceada do seu pet, porém, a dieta deve ser complementada com:
Grande quantidade de feno ou capim adequado (ex: braquiárias, elefante, Napier, pangola,…); outros vegetais (ex: couve, chicória, acelga,…) e alguns outros alimentos como determinadas frutas em menor quantidade.
A mastigação adequada é feita com movimentos laterais da mandíbula e maxila em forma de tesoura, portanto, a ingestão diária de alimentos fibrosos como capim ou feno está diretamente ligada ao desgaste dos dentes.
O crescimento excessivo resulta em uma enfermidade denominada má oclusão, ou seja, raízes e coroas dentárias crescem em excesso podendo até penetrar na mandíbula ou maxila.
Quais são os primeiros sintomas da má oclusão?
Os principais sinais clínicos apresentados por um coelho acometido pela má oclusão são: dor intensa, anorexia, feridas na língua, salivação excessiva e abcessos (coleção de pus).
Alguns desses animais possuem má oclusão de origem genética, portanto necessitam fazer o desgaste periodicamente e jamais devem ser colocados para reprodução.
O tratamento envolve desgaste mecânico (necessária anestesia para procedimento nos molares), administração de analgésicos e antibióticos no caso da formação de um abcesso.
Ao menor sinal de qualquer alteração de comportamento ou aparecimento de feridas, leve seu amigo para uma consulta com médico veterinário especializado em animais silvestres e exóticos.
Porém, o ideal é que seja realizada uma consulta de rotina pelo menos a cada seis meses.
Quem ama, cuida.
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Médica Veterinária graduada pela UNESP – Botucatu, pós graduada em Clínica Médica e Cirúrgica de Animais Silvestres e Exóticos pelo Instituto Animalia – SP.